Em Agosto na Maxmen

Os encantos da outra silicone

Neste mês que passou houve uma questão que me perseguiu durante todos os dias e a toda a hora: será que existe mesmo alma? É uma pergunta pertinente, e até mesmo existencial, mas não tão pertinente como saber: afinal para que servem as bonecas insufláveis? Todo o mundo as conhece, toda a sociedade já as viu em despedidas de solteiro, filmes, arraiais, jogos de futebol, na casa do Tomás Taveira... mas nunca, em tempo algum, alguém se pronunciou sobre o facto de alguma vez na vida já ter usado uma. Parece assim que as bonecas insufláveis são como os dentes do siso. Eventualmente vamos tê-los, mas nunca os chegamos a usar. Será mesmo? A oferta de mercado diz exactamente o contrário.

Após uma longa e exaustiva pesquisa pelas mais conceituadas sex-shops do país, foi possível encontrar modelos para todos os gostos e feitios. Menos para mim. Sou tão mau com o sexo oposto que nem as bonecas insufláveis consigo satisfazer, o que é um bocado estranho porque cada vez que estou com uma boneca elas parecem-me surpreendidas com a performance.

Depois é que me explicaram que a boca aberta não é sinal de surpresa, mas sim uma das três aberturas universais que dispensam apresentações. A partir de apenas 19.95€ podemos ter acesso a estas beldades com nomes sugestivos como Boneca Storm, Africa Queen, Fatima Fong, Laura Soft e por aí adiante. Beldades, mas apenas na capa porque quando se começa a encher a dita deparamo-nos com uma estampagem de tal modo má, que mais parece que a boneca sofre de uma doença terminal. Como se não bastasse, a borracha faz-me alergias e o resultado não é bonito de se ver.

(desta vez para além de continuar na versão papel... a segunda parte será "postada" aqui na segunda-feira!)