5/18/2011

Este país não é para crianças precoces

Já aqui o tinha referido. Sempre fui uma criança precoce… no ramo da sexualidade. No da inteligência, mantenho-me no nível da maioria dos deputados portugueses. Enquanto a maior parte dos rapazes de seis ou sete anos brincava com Playmobil e Lego, eu brincava com a Barbie… geralmente despida. Pode dizer-se que foi a primeira versão de uma boneca insuflável que tive. .. sem a parte insuflável, mas igualmente sexy.

A justificação para tal precocidade vem da pré-primária, onde tinha uma educadora de infância algo peculiar. Uma mulher que, aos rapazes, fazia massagens, dava beijinhos nos pés e uns xoxos de vez em quando. Pode assim dizer-se que terei sido “ligeiramente” abusado? Talvez. Deixou marcas para a vida? Sim e profundas. São tempos que recordo com prazer e um sorriso nos lábios. Se há pessoas que dizem “ah quem me dera ter 20 anos”, não são poucas as vezes que exclamo: “quem me dera ter quatro outra vez”.

Ainda há pouco tempo fui com uma amiga buscar o seu filho a um infantário e quando vi a educadora não escondi o brilho nos olhos e uma vontade imensa de vestir um bibe. Há quem me diga que devia procurar esta mulher e acusá-la judicialmente. E realmente é algo que gostaria de fazer. De procurar esta educadora de infância e perguntar-lhe se não tinha vergonha! Nunca mais telefonou, nunca mais disse nada, nem um postal ou um sorriso.

Por outro lado, prefiro preservar a imagem que tenho desta senhora, que na altura teria os seus 30. Agora era pouco provável que gostasse que me desse massagens nos pés ou xoxos ou fosse lá o que fosse. No máximo, talvez lhe pedisse um pouco de colo para recordar os velhos tempos.

Foi talvez graças a esta mulher que dei os meus primeiros beijos a uma rapariga da minha idade, também na pré-primária. E agora que penso nisso já não sei até que ponto frequentava um infantário ou uma casa de swing para nenucos.

Mas isto já deve ser algo de família. Certa vez, enquanto tentava explicar a um primo de seis anos porque é que acordava com a sua pilinha em pé, aconteceu a seguinte conversa:

- Olha lá sabes quando acordas de manhã com vontade de ir fazer xixi?

- Sim…

- Acordas com a tua pilinha assim em pé, não é?

- Sim…

- Como é que chamas a isso, sabes?

- É o pinheiro!

Tais acontecimentos na minha jovem vida levam-me a crer que o ensino pré-primário não está concebido para crianças tara… precoces. Para muitos, a educação sexual é tabú até aos 50 anos, quando na realidade deveria começar logo na pré-primária… mas só com alguns. De pequenino é que se torce o pepino e há uns que tem o pepino já um pouco mais crescido e torcido. Podia juntar-se o útil ao agradável. É importante ensinar as crianças logo a contar, mas em vez de contarem cubos ou peças de fruta contavam pares de mamas, por exemplo.

Os meninos podem brincar com legos e fazer castelos? Podem sim senhor, mas em vez de castelos faziam casas de alterne com as barbies a render. A hora da sesta era substituída pela hora do strip… das educadoras de infãncia, para os jovens rapazes se familiarizarem com esses clubes e não fazerem a cara de parvos que fazem cada vez que vão a um. Mais parece que acabaram de entrar numa casa de doces e estão de dieta. Quando tiver um filho, espero que já se possam encontrar espaços destes. Se ele não gostar… gosta o pai.