6/06/2011

Um fenómeno

Se há coisa capaz de concorrer com a beatificação do Papa João Paulo II é o fenómeno que todos os anos acontece por volta de Junho, na maior parte das vezes até um pouco antes. Há muito tempo que as andorinhas deixaram de ser o sinal que a estação quente está a chegar e deram lugar a outras aves cada vez menos raras: as mulheres que começam a correr desenfreadas para perder uns quilinhos. Não é uma actividade exclusiva do sexo feminino, mas ganham aos pontos.

De um momento para o outro surgem Rosas Motas por todas essas passadeiras e caminhos pedestres de Portugal. O principal problema é que muitas delas deviam ter começado a correr há dois anos… sem parar. E lá andam, de licra justa, a saltitar pelas avenidas como uma espécie selvagem naqueles parques ao ar livre em que passamos de carro e dizemos “olha, olha aquela! O que é aquilo?”

O que leva uma mulher a pensar que dois meses são suficientes para eliminar o que demorou dez a construir? Depois surgem muitas vezes com aquela pergunta para entalar qualquer um: “Achas que estas calças me fazem mais gorda?” Não. O que te faz mais gorda é a merda da bola de berlim que estás a comer.

O objectivo de grande parte não passa por uma questão de saúde, mas sim ficar com um corpo melhor para o mostrar na praia e quem sabe facturar mais. Ou seja, durante o resto do ano não interessa mesmo. Andam vestidas até às orelhas e quando o gajo a vir nua já não tem grande chance para voltar atrás. Muitos até pensam nisso e logo a seguir soltam um “oh que se lixe, também não gosto dela”.

Esta é assim a altura do ano das empresas de Aloé Vera, algas, depurativos e nutri…boda começarem a facturar. Quantas colegas de trabalho à hora da refeição sacam da sua malinha uma pequena embalagem e dizem: “hoje vou só almoçar esta barrita”. Não raras vezes surge o pensamento, “mais valia que a metesses no cu. O efeito devia ser o mesmo”.

(Continua...)

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