A sorte de uns é a ASAE de outros
É com muita pena e, nomeadamente com outro sinónimo, que verifico que determinadas entidades portuguesas continuam a actuar com total impunidade. Refiro-me, obviamente, a esse grémio politizado que dá pelo nome de ASAE e que está a acabar com o mistério mundialmente conhecido como: “ser português”. Cada restaurante que fecha é uma dor no peito e, consequentemente, um vazio no estômago que sinto.
De onde pensa que vem aquele saborzinho especial do Cozido à Portuguesa? O suor dos portugueses está a ser desperdiçado (e não me estou a referir ao esforço). Não são poucas as vezes que sinto falta da famosa pirâmide de chocolate. Provavelmente o bolo mais fantástico de sempre, que tinha o pormenor de ser confeccionado a partir de restos de outras iguarias. Era um dez-em-um. Raios! Um 22-em-um! Ora sabia a pastel de nata, ora a queque e, com um bocadinho de sorte, ainda apanhava o camarão de um rissol.
Para onde foi o famoso courato felpudo? Pitéu típico das lides futebolísticas e que se atravessava na garganta antes de um clássico qualquer. São pormenores únicos e inigualáveis. Aliás, às vezes o que ficava na memória era um engasgo junto a uma roulote e não o jogo.
-“Lembras-te de quanto ficou aquele jogo há três anos?”
-“Não.”
- “Foi quando comeste aquele courato que parecia pastilha elástica.”
- “Ah! Já sei! Acho que perdemos o jogo, mas o courato era bom!”
É com alegria, e também com alguma emoção, que recordo os tempos em que saía de rastos da famosa tasca Ginginha, no Rossio. Era bom. E ainda era melhor porque levava o meu par de calças compradas na Feira do Relógio, umas LaCroste. Rasgavam-se à primeira queda, mas também eram mais baratas que um copo de três. A ASAE chegou ao cúmulo de apreender livros escolares falsificados. Não se percebe o porquê desta atitude. Só porque nos livros apreendidos 4+4 era igual a dez? Certo ou errado, o mais provável é que os alunos estejam demasiados entretidos a bater no professor para abrir os livros.
